9 de jan. de 2018

Reencontros

Eu achava que, aos poucos, a gente morria de amor, depois do fim, depois da despedida (que não houve), mas não, ninguém morre. Dói muito e a angustia chega a apertar o peito; você chora baixinho pra ninguém ouvir antes de dormir e a saudade invade de um jeito avassalador. Quantas vezes eu quis saber como você estava, se encontrou outro alguém ou se ainda pensava em nós. Mas todas as dores, as feridas, as noites em claro, a angústia que se fazia presente em meu peito, a dor que persistia em ficar, tudo isso passou, a tempestade acabou e deixou-me ainda mais forte. Depois do fim, é difícil recomeçar. Eu  nunca precisei esbanjar sorrisos de graça para parecer bem quando eu não estava. Nunca escondi a saudade e evitei a todo custo fazer pose para parecer feliz, quando eu de fato não estava. Portanto, se eu sorrir é porque estou bem, não preciso declarar a minha felicidade aos quatro cantos do mundo como quem precisa mostrar a todos que, depois do fim, superei de forma mágica, não sofri e que estou melhor do que nunca. Sinceramente, acho desnecessário querer parecer feliz e realizado o tempo todo. Não vou me tornar uma pedra e não vou me fechar para a vida, eu só quero um tempo. Tempo para aproveitar e sugar tudo o que há de bom, recarregar as energias, descobrir novos lugares para ir num sábado à noite, conhecer pessoas que nunca quis conhecer, terminar a minha lista de séries no Netflix, descobrir onde tem o melhor cappuccino, fazer um tour gastronômico pela cidade e planejar a minha próxima viagem.
Esse meu coração teimoso precisa aprender a reencontrar  o tal do amor próprio. Hoje, tive um encontro comigo e descobri coisas que antes, sei lá, passavam despercebidas talvez. mas sabe, meu sorriso é mesmo bonito (hoje concordo contigo), as minhas piadas são realmente muito ruins e eu não sou tão simpática assim (sempre soube). Não tenho preferência musical e meu gosto é um tanto quanto diferente, estranho talvez. Meu abraço é o melhor do mundo e sei apoiar alguém, como ninguém (acho que sabe). Realmente, você tinha razão quando dizia que fico linda de pijama. Você tinha razão quando dizia que minha risada era engraçada, que me faltava coragem, às vezes, para lutar pelo que eu queria e que eu precisava não me esconder tanto do mundo, não precisava me defender tanto das pessoas e, por mais que as feridas fizessem morada em mim, eu precisava esvaziar da dor. Lembrei-me de quando você me dizia o quando eu era incrível e que eu merecia tudo de melhor. Eu realmente mereço e é por isso que eu não posso deixar o meu mundo desmoronar, é por isso que não posso criar um bloqueio e impedir que coisas boas cheguem até mim, pois a dor não pode ser maior do que as possibilidades tão lindas que vejo por aí, e não posso permitir que essa insegurança tire as cosias boas de mim. Então... desejo abraços calorosos, sorrisos que fazem a gente ganhar o dia, um cafuné num domingo à tarde, abraços de moletom no inverno, mensagens de bom dia e risadas que fazem doer a barriga. Manter a fé, coragem, alegria e ousadia de viver. 
Quero me encantar de novo com a vida, quero continuar me descobrindo, pois para pessoas como nós, há sempre coisas boas reservadas. Demos muito certo por um tempo. E agora, outras coisas, pessoas e momentos vão aparecer em nossas vidas e vai dar certo novamente, de uma forma diferente, mas mais intensa talvez ou mais devagarinho; mas vai. Talvez nos esbarremos por aí novamente, com o coração mais feliz e maduro. Talvez sintamos falta, e depois de tantos reencontros, decida pousar no mesmo lugar. Aprendendo a aceitar aquilo que não soubemos aceitar, amanado aquilo que não conseguimos amar, descobrindo aquilo que tentamos esconder e resolvendo tudo aquilo que deixamos para depois. Talvez a gente se esbarre novamente com o coração mais calmo, disposto a conversar, rir de tudo que aconteceu e quiçá sermos amigos.

( esse texto foi adaptado de um autor desconhecido)