25 de out. de 2012

..."Tempos em que os adornos valem mais do que o essencial. Tristes tempos. As amizases interesseiras têm prazo de validade. As relações são inconsistentes. É comum, em um círculo de amigos, cada qual falar de si mesmo como um hobby. Uma geralão narcisista. O pronome mais utilizado é o de primeira pessoa: "eu". Tristes tempos, repito.
     Tempos de escassez de atitudes de misericórdia - descartar uma pessoa é mais fácil do que se desfazer de um objeto de estimação. Falta estima pelo ser humano. Vivemos em uma sociedade em que o consumo coisifica a pessoa. Quanto mais se tem, mais se deseja e, quando não se tem, o desejo também faz questão de ficar"...

( ´Fragmento do prefácio escrito por Gabriel Chalita.Retirado do livro Ágape de P. Marcelo Rossi.)

24 de out. de 2012

Vícios

Acordei meio tonta, sinto um ardor, pulsar diferente em meu peito, nas minhas veias correm veneno, minhas pernas estão ficando bambas, preciso me apoiar.
Tento me manter calma, me manter firme e em pé, mas vejo que não consigo e começo a delirar.
Avisto o móvel antes claro, agora meio obscuro pela visão turva e deito-me. Não consigo me lembrar do que aconteceu e começo a ficar com a respiração ofegante.
Calores começam a subir, calafrios começam a aparecer e tudo parece rodar num instante.
Sinto borboletas saltarem do estômago, gosto de sangue na boca, corpo enrijecer.
Olho num pequeno espelho, não me reconheço.
A aquarela de cores deu lugar a palidez, no lugar dos lábios levemente avermelhados e adocicados está o branco e dos olhos sobraram apenas o vazio.
Acabou tudo, tudo se foi, último suspiro, desisto.
Sinto o cheiro da morte por perto....
Mas espere!!! Ainda ouço, penso, não posso desistir.
Volto meus pensamentos ao passado e relembro dos momentos felizes. Ainda há tempo de ser feliz.
Fecho meus olhos, vejo a imagem da Fênix e começa a batalha entre a vida e a morte.
Desfaleço, é o fim...
Ouço ao longe o cantar dos pássaros, sinto o cheiro da brisa do mar, cabelos ao vento, sol a me esquentar.
Desperto e vejo que ganhei mais uma oportunidade, a batalha foi vencida.
Aproveito as ondas do mar, deixo e peço que o vento leve tudo embora.



 "Atropelei os sonhos, venci as mágoas, convivi com os fracos, suportei os falsos e hoje sei a força que tenho para enfrentar qualquer obstáculo"

PS: não tentem entender.








11 de out. de 2012

Sentir.

Sinto falta de palavras, mesmo não fazendo mais nenhum sentido.
Sinto falta do sorriso, mesmo que este não conheça.
Sinto falta do cheiro, mesmo que nunca tenha sentido.
Sinto falta das noites mal dormidas, mesmo que por insônia.
Sinto falta de sentir falta de alguém, mesmo que não sinta.
Sinto falta de ouvir aquela música, mesmo que prefira esquecer.
Sinto falta de sentir frio na barriga, mesmo que de longe.
Sinto falta de sentir o calor, mesmo que por pensamento.
Sinto falta daquele, oi, tchau tudo bem?, mesmo que não mais aconteça.
Sinto falta das conversas, mesmo sendo mentiras.
Sinto falta dos sonhos, mesmo que nunca realizados.
Sinto falta da verdade, mesmo sabendo que nunca saberei.
Sinto falta da adrenalina, mesmo sabendo ser desgastante.
Sinto falta da calmaria, mesmo sabendo que será contagiante.
Sinto falta de sentir, mesmo sabendo que não sinta.
Sinto falta do olhar, mesmo não vendo.
Mesmo sentindo falta, não quer dizer que esteja com saudades, talvez que esteja me livrando, de certos sentimentos, sofrimentos, pensamentos, palavras, para viver novos momentos.